Livre arbítrio

Achei que já tinha falado sobre esse assunto, mas fiquei contente em não achar nada no histórico dos posts já feitos. Comecei esse blog em 2007, porém muito antes eu já refletia sobre tudo, todo dia, o tempo inteiro. Alguns escolhem o divã como terapia, mas eu escolhi a mim mesmo; caminho tortuoso e dificil, mas que tem gerado as mais belas reflexões, crescimento e autodesenvolvimento.

Neste processo de amadurecimento, um dos temas que, principalmente de uns tempos para cá, tem sido recorrente nas minhas preleções comigo mesmo, é o tal do livre arbítrio. A alguns pode significar liberdade irrestrita de escolha, a outros um dom dado por um ser maior, que nos permitiu direcionar os caminhos. Para mim, após muitas análises, pensamentos, reflexões e construção do meu pensamento, vejo o tema intimamente ligado à responsabilidade.

Mas não era escolha? Ouvi uma vez uma opinião interessante, de que na verdade o livre arbítrio, como é geralmente entendido, não existe. Isso explicado de forma simples, porque praticamente sempre que escolhemos andar fora da linha, algo de incômodo nos acontece, direcionando-os para a linha reta, por assim dizer. Nesta análise, haveria uma falsa impressão de que se pode escolher as escolhas, mas na verdade estaríamos apenas postergando a chegada.

Eu gosto muito de buscar o meu entendimento das coisas, sem razão absoluta e irrestrita, mas que me dê a certeza de que não estou, como diria uma amiga, fazendo como piolho, e andando pela cabeça dos outros. Nessa linha, e buscando retorno ao cerne da questão, vejo uma balança que equilibra o que se escolhe, com as consequências advindas de cada caminho.

É dito que não se pode alegar ignorância frente à lei, o que para mim segue um caminho semelhante, quando analisamos o livre arbítrio. Ao resolver tomar uma atitude, mesmo que de forma incompleta, sabemos as possibilidades advindas do ato. Estudar, trabalhar, cuidar ou não cuidar, ir ou não ir, juntar, gastar, deixar para lá, ou simplesmente não fazer nada.

Tudo o que fazemos durante a nossa caminhada tem seus frutos, alguns doces, e outros nem tanto, e já reparou que, muitas vezes, escolhemos ignorar conselhos salutares, mesmo sabendo que o gosto amargo pode vir? Demorei anos para entender algumas coisas, e entender o meu papel sobre elas. Demorei a aceitar, inclusive, que tudo o que fazemos, por ação ou omissão, tem um ator principal e uma platéia primária: o eu, e eu mesmo!

Você, assim como eu, é o total responsável pela novela que está passando na sua televisão, onde você é o ator principal, e também o telespectador. Eu vejo o livre arbítrio como aqueles programas de TV em que podemos escolher qual caminho o ator principal vai seguir, porém não podemos reclamar do que acontecerá após a nossa escolha.

Porque não? Simples: responsabilidade. Com o dom da escolha, vem a beleza de se tornar responsável pelos resultados, sejam eles positivos ou negativos. E, nesse ponto, é que me encantei com esse entendimento! Se fosse apenas a liberdade de escolher pelo sim ou pelo não, isso nos daria a possibilidade de fazer qualquer coisa, mas sem a preocupação com o resultado.

Partindo do entendimento de que a responsabilidade é de quem escolhe, e que não pode ser negada, há a possibilidade de corrigir escolhas que não foram bem feitas. Com os erros vem o aprendizado, e então, escolhas melhores, embora as falhas, em alguns casos, possam se tornar cursos intensivos de longa duração.

Mas, afinal de contas, qual é para você o objetivo de estarmos aqui? Para mim é aprendizado, crescimento, evolução e sublimação de si mesmo! Assim sendo, ao ser senhor das minhas escolhas, e dono de suas consequências, abro mão de culpar terceiros, sejam quem forem, e abraço o amadurecimento de ser a cada dia melhor, mesmo que tenha que caminhar certo por caminhos tortos.

A responsabilidade é algo que, assim como o livre arbítrio, é uma escolha. Recebi o correto ensinamento sobre a sua importância, e escolhi assumí-la, buscando vôos mais altos.

Espero que esta reflexão possa lhe esclarecer o quanto sua vida depende de você, e o quanto você tem de poder para direcionar a sua caminhada para o sucesso, seja ele pessoal, espiritual, profissional, ou qualquer outro tipo que esteja almejando e, talvez, até precisando, e não importa onde você esteja, porque você tem o poder de escolher.

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