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Mostrando postagens de novembro, 2007

100

Cheguei aos 100 posts, um pouco depois do que deveria pela data de início e proposta do blog, mas cabe uma reflexão sobre isto. A proposta inicial era um post por dia, mas acabei fugindo a este plano. Não parece semelhante ao que ocorre no dia-a-dia? Quem tem o bom costume de planejar a realização do dia? Mas será bom costume mesmo? Temos o péssimo hábito de nos tornarmos escravos daquilo que começamos, incluindo-se aqui os mais variados temas: emprego, relacionamentos, projetos individuais, academia e por aí vai. Aprendi a deixar um pouco mais de lado as coisas, porque às vezes é saudável investir o tempo destinado a uma coisa para podermos fortalecer outras. Tenho procurado aliar minhas próprias reflexões a atitudes de mudança interior e exterior; auto-mudança e melhoria. Geralmente quando isto acontece nos preparamos muito na parte teórica, seja pela leitura de livros, participação em reuniões cujo tema seja comum aos nossos anseios, entre outras coisas. E desse jeito, se estivermos

Tempo

Estamos mal acostumados, muito mesmo! Limitamos o tempo de forma tão drástica que ele cabe em um relógio: doze horas, termináveis ou intermináveis, dependendo das coisas que acontecem durante o dia; melhor, das situações que criamos. Nossa deficiência de percepção é tão grande que não conseguimos ver o antes, nem o durante ou o depois. Não é o fim do mundo, mas um auto-alerta que se expande, na tentativa de retirar a cegueira coletiva, que nos torna insensíveis quanto a tudo. Gosto de pensar que tudo tem seu tempo e, mais importante ainda, que cada um tem o seu, administrando-o da forma que acha melhor. Pensando assim, apesar do incômodo inicial pela forma como alguns conduzem o passar dos segundos, não me sinto restringido por eles. Pense, tente perceber que as coisas não acontecem atoa e que os dias, os meses e outras marcações simples não são apenas sucessões de movimentos dos ponteiros do relógio. Procure entender que o que chamamos de hora é apenas uma delimitação precária para qu

Atenção

Ontem assisti a uma palestra cujo orador discorreu sobre a atenção. De acordo com sua argumentação, todos os nossos sentidos podem ser substituídos pela atenção e intenção, resumidamente falando, de forma que poderíamos aceitar a existência de um sentido apenas, de forma ampla, dependendo apenas do nosso refinamento para que conseguíssemos aproveitá-lo da forma adequada. Analisando esta "teoria" livre dos ensinamentos que a sociedade nos dá de herança, o que com certeza não é fácil, me parece ter lógica e racionalidade. Pense nas várias vezes em que o ambiente está lá e não o vemos; existem todos os sentidos, mas falta atenção. Ao contrário, quando nos propomos a perceber algo, que seria a intenção, e aliamos a isto nossa atenção, parece que conseguimos captar todos os detalhes. Fiquei pensando sobre essas coisas, tentando entender sua importância e extensão, e o resultado foi nos enxergar como verdadeiros captadores de emoções, com uma regulagem melhor ou pior, mas como se o

Escrita

Na era da informática, com informações indo e vindo com uma velocidade impressionante, ainda nos vemos dependentes de uma invenção ainda elitizada, cuja expansão garantiria uma evolução em massa, com benefícios a toda a sociedade: a escrita. Claro que aqui eu já incluo a leitura, pois uma acaba sendo base para a outra. Desde cedo ouço aquela famosa frase de que "a prática leva à perfeição". Há uns dias li alguns textos que mencionavam sobre a cópia excessiva de informações pela Internet, sobretudo sem a menção da fonte; e não vi esta reclamação em apenas um lugar. As pessoas hoje aprendem a ler, mas apenas o suficiente para discernir se o que foi lido pode ser utilizado, não para edificação de novos conhecimentos, mas para a sua reprodução pura e simples. Quem já tentou escrever, um texto simples que seja, deve ter se deparado, pelo menos no início, com a dificuldade de como começar. O que dirá escrever vários livros, textos, resenhas, editoriais em jornais e revistas, e tant

Energia "futebolística"

Eu não nasci para o futebol; meu pai posteriormente completaria com "e o futebol não nasceu para você". Coisas de menino sem coordenação com as pernas, em um país em que se venera mais este esporte do que a própria educação. Tenho aqui que deixar meu registro, de que somos um país de um esporte só entre vários, sem desprezarmos as conquistas e os esforços individuais dos nossos guerreiros poliesportivos. Apesar do ser humano ter sido tão criativo no desenvolvimento de alternativas para o uso da bola, do corpo humano e outros tantos artefatos para exercitar os músculos e a mente, o brasileiro, apoiado por um governo que adora uma política de pão e circo, esquece da maioria dos esportes, a não ser quando aparecem medalhas, para se dedicar integralmente ao futebol. Pena para mim, que não tinha jeito para a coisa. Mas a energia vai além do jogo, contaminando as arquibancadas, e nelas mora a emoção dos muitos que não podem entrar no gramado. Com uma intensidade inexplicável, aflo

Drogas

Sem falso moralismo, pois o mundo não precisa dele. Sou adepto da liberdade de escolha, do famoso lívre arbítrio, mas tanto de escolha quanto de arcar com as conseqüências. Não sou santo e muito longe disto todos estamos, visto que cada um tem seu ponto de melhoria. Atendo-me ao tema, drogas não são apenas substâncias químicas, aceitas socialmente ou não. Podemos dar uma amplitude maior ao tema, incluindo nele tudo o que nos incomoda, nos faz mal, causando indiretamente mais malefícios do que as que são oficialmente rotuladas. "Minha vida é uma droga!". Já ouvi muitas vezes esta frase, que trás consigo um significado muito grande, através do qual poderíamos melhorar sobremaneira tudo o que nos rodeia. Se considerarmos as drogas como algo prejudicial, porque até os remédios têm seus efeitos colaterais, evitá-las implicaria em melhorar a qualidade do nosso dia a dia. Cigarro, bebida, maconha, cocaína, mas também ódio, raiva, comodismo, materialismo. Não nos damos conta de que e

Silêncio

O silêncio é uma resposta que, acima de tudo, pede interpretação. Em suas várias facetas pode assumir significado de sapiência, de ignorância, medo, coragem, ironia e tantos outros. Independente da forma, o fato é que nos acostumamos com ele, assim como, em situações extremas, nos acostumamos à dor. Trata-se de uma reação do ser humano para as situações onde a razão parece não oferecer as respostas certas, pelo menos no primeiro instante, mas que às vezes perdura, muito pela falta de maturidade que nos mostraria a hora certa de eliminá-lo, ou talvez amenizá-lo. Talvez um dia tenhamos a sapiência e a maturidade das crianças, oriunda da pureza que elas demonstram ter por não segmentar os sentimentos, que são unos em sua essência, mudando apenas o alcance da nossa compreensão sobre eles. Dentro desta nossa turva visão das coisas, para o que não encontramos resposta, aplicamos o silêncio, à espera de algo que nos mostre que há melhor opção. É válido analisar-se constantemente, verificando

Comércio versus ética

Antigamente dizia-se que a palavra de um homem era o necessário para selar um bom negócio. Além disto, que quando o sujeito não presta, não há contrato que o conserte. Desvios de comportamento aconteceram em todas as épocas, com correções que empregaram maior ou menor violência, mas, devido ao aumento populacional e à grande concorrência hoje existente, tornaram-se mais visíveis e ficou mais fácil de se encontrar exemplos. Análise de crédito, contratos, propostas comerciais com prazos limitados e tantos outros instrumentos são hoje utilizados para que se garanta o que é dito em uma visita ou reunião, pois a verdade é instrumento de poucos. A exemplo do que foi ilustrado no livro "O caçador de pipas" pelo seu personagem principal, em uma comparação de seu país com os Estados Unidos, não há mais confiança na palavra. Cada vez mais são criados meios para se corrigir as conseqüências de desvios gerados pela deficiência em um setor básico da sociedade: educação. Não há referência

Condicionamento

O correto a dizer é "estar" condicionado e não "ser". Trata-se de um estágio temporário de assimilação de opiniões e pressupostos alheios que tende a ser deixado de lado com a maturidade. O condicionamento é algo a que se impõe por vontade própria, mas que quase sempre é feito de forma mecânica e sem reflexão. Pense nas suas variações: condicionamento físico, político, religioso, comportamental, e por aí vai. Alguns nos parecem, inclusive, bem positivos, como cuidar da aparência, da saúde, mas o importante, muito mais do que os resultados, são os motivos. O que nos leva a fazer algo, não porque os outros querem que façamos, mas o que nos garante uma satisfação plena e interior, algo individual cujo compartilhamento de sentidos é, no mínimo, complicado. Ter um corpo perfeito, por exemplo, apenas porque a moda dita esta norma, não é o mesmo que o ter por se sentir realmente bem com um físico mais preparado. Aliás, quase tudo é relativo, sendo que o preparo para uns nã

Letras

Vez ou outra se discute a importância de se saber bem o idioma português, principalmente nos cargos de maior destaque, ou em posições que, por si só, já garantem uma exposição maior e, consequentemente, um lugar de preferência nas críticas de todas as formas. Nestas incluem-se cargos políticos, níveis de direção e posições de liderança e chefia. Primeiramente, o conhecimento puro e simples do idioma, mesmo que alcance sua perfeição, não garante ao escritor ou orador uma perfeita utilização do mesmo. Entretanto, é fato aceitar que, como se dizia em um artigo jornalístico publicado há uns dias, para que se tenha um produto perfeito, é base que se saiba utilizar de forma excepcional as ferramentas que lhe garantem a construção. Assim também, para que se garanta um discurso irretocável, torna-se imprescindível o conhecimento da língua portuguesa, desde que este seja escrito nela. Note, entretanto, que para se chegar a um pleno conhecimento da língua, notadamente no que toca à diversidade d

Manual

Que falta nos faz um manual! Seria bom ter um livro detalhado de como agir nas várias situações que nos perseguem todos os dias, dia após dia. Seria interessante ter às mãos um escrito que nos explicasse primeiro como somos, depois para que servimos e depois nos desse todas as coordenadas para que pudéssemos acertar, sempre, sem a contínua necessidade de encarar problemas insolúveis, não por não terem solução, mas porque são inéditos, mesmo sendo iguais. Tudo tem seu lado positivo; é o que dizem! Nisto também há o seu. Afinal de contas, quão mecânicos seríamos com uma pré determinação dessa magnitude! Realmente temos à mãos as benesses do nosso poder de escolha. Podemos então errar, acertar, levar nossa vida como jovens desbravadores, para os quais o medo não passa de um estímulo de defesa, que fortalece mas não impede de dar os próximos passos. Mas qual será o próximo? Um após o outro, e é preciso ter o primeiro. Passos são como letras que formam uma palavra, pois quando falta um ou m

Oi

Às vezes me admira a complexidade das coisas simples. Um termo de duas letras, por exemplo, pode significar tanta coisa, como um simples "oi". Quer dizer um cumprimento, um início de conversa ou um pedido de atenção. E isto desconsiderando situações e contato visual, pois, nestes casos, o contexto acresce muitos detalhes que não podem nunca serem deixados de lado. Para uma análise meio vazia, mas não é, principalmente porque hoje em dia finalmente chegou-se à compreensão de que relacionamento abre portas. É certo que não se chegou pelo motivo ideal, mas sim pela necessidade de ser indicado para um emprego ou para manter um, mas, de qualquer forma, o importante é que se passa a ter um cuidado com determinadas coisas que garantem nossa boa convivência. Imagine a cena em que você chega ao seu trabalho pela manhã. Independente do ambiente que você encontre, se você der um oi por obrigação ou de cara amarrada, estará contribuindo para que algo de negativo chegue com você. Ainda ma

Diferenças

Salvem as diferenças, porque é maravilhoso ser único, mesmo se você tiver um irmão gêmeo! Vivemos no mundo dos diferentes, dos estranhos, dos indivíduos que pensam, mas que não o fazem igual e isto precisa ser respeitado. Somos distintos na cor, na aparência, no credo e nas raças que nos deram origem e é justamente isto que garante esta linda miscigenação que nos acompanha desde sempre. Louvemos os que entendem isto, porque deles será a glória de se encantar permanentemente, com toda a beleza distribuída em todos os cantos, cada belo com o seu jeito, cada lindo e linda à sua maneira. Somos o que somos e isto precisa nos bastar, porque acima de tudo, para sermos aceitos, precisamos nos aceitar, sob pena de requerermos um direito que não nos cabe. Tenhamos pena, insatisfação, mas, acima de tudo, esperança de que todos mudemos nosso comportamento um dia, porque ainda espelhamos nossa incompreensão sobre a forma como as coisas são e sempre serão. Notadamente em nosso país, que tem em sua c