100

Cheguei aos 100 posts, um pouco depois do que deveria pela data de início e proposta do blog, mas cabe uma reflexão sobre isto. A proposta inicial era um post por dia, mas acabei fugindo a este plano. Não parece semelhante ao que ocorre no dia-a-dia? Quem tem o bom costume de planejar a realização do dia? Mas será bom costume mesmo?

Temos o péssimo hábito de nos tornarmos escravos daquilo que começamos, incluindo-se aqui os mais variados temas: emprego, relacionamentos, projetos individuais, academia e por aí vai. Aprendi a deixar um pouco mais de lado as coisas, porque às vezes é saudável investir o tempo destinado a uma coisa para podermos fortalecer outras.

Tenho procurado aliar minhas próprias reflexões a atitudes de mudança interior e exterior; auto-mudança e melhoria. Geralmente quando isto acontece nos preparamos muito na parte teórica, seja pela leitura de livros, participação em reuniões cujo tema seja comum aos nossos anseios, entre outras coisas. E desse jeito, se estivermos extremamente engessados quanto à obrigatoriedade de manter o planejado, deixamos algumas coisas passarem.

Um tempo com meu pai, um apoio a uma amiga, a atenção que precisa ser dispensada à namorada, aos parentes, aos amigos, e por aí vai. Essas coisas são a prática, quase sempre aparecendo quando não estamos esperando, nos exigindo escolhas quanto ao que nos é realmente importante. Tenho escolhido a prática, faltando com meu plano do blog, mas sinto-me maior com a aplicação dos conhecimentos aqui expostos.

Tenho dito que o homem sem a reflexão tende à estagnação. Mas uma reflexão verdadeira exige sua aplicação, porque de nada adianta saber que não se deve poluir o meio ambiente, se você não consegue fazer coisas simples, como não jogar um papel de balinha na rua. Parece pouco? Nem tanto! Imagine a proporção desta atitude executada por muitos e começaremos a entender o mundo em que vivemos hoje, resultado das atitudes passadas.

Efeito estufa, poluição, escassez de água potável, violência, corrupção, falta de inteligência prática. Tudo isto não surgiu de uma hora para outra, mas é reflexo do que fomos, assim como nosso futuro estará pautado como reflexo do que estamos sendo, agora. Portanto tenho esse número 100 como um marco de aprendizado e divido-o, como tenho feito.

Aprendi nesse tempo que as mudanças precisam ser implementadas e que se a proposta de melhoria foi nossa, então temos a obrigação de sermos o exemplo. Pregue o amor, a paz, a reflexão, e tantas outras coisas boas, mas não se esqueça de que idéias sem espelho são apenas idéias inválidas. A hipocrisia dos que mandam sem o fazer, como temos visto a tanto tempo em nosso mundo, precisa terminar um dia. Mas o término exige um começo e, tal qual esse 100, que chegou porque existiu o 1, comecemos o quanto antes nossa própria mudança, indivíduos estimulando o coletivo, para que um dia possamos colher o céu que nos pregam como ilusão figurativa, mas que nada mais é do que o reflexo de nós mesmos, após termos cumprido o nosso dever.

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