Reforma íntima

Nesses dias uma cena tem consumido parte das mídias sociais, com posições distintas, com defensores e críticas de ambos os lados; situação normal, quando se admite um diálogo sobre um determinado tema, que pode trazer reflexão e crescimento a todos. Como a intensão desse blog é ser, sempre que possível, atemporal, não vou citar personagens, nem data específica, para que possa ficar aqui registrado, como um pensamento a ser analisado.

Retomando um pouco do passado, em minha infância, ofensas à família, sobretudo a uma mãe, eram tidas como inaceitáveis, por vezes resolvidas no tapa. De lá para cá, felizmente ou infelizmente, muita coisa mudou, criando um cenário em que tudo parece permitido, inclusive o desrespeito; fala-se de igualdade, porém deixa-se de lado o respeito, em sua essência mais pura.

E o porquê do título? Porque eu acho que o foco da discussão está errado. As primeiras perguntas deveriam ser: como EU reagiria se fosse ofendido (de verdade, sem demagogia)? Como EU reagiria ao fazer uma piada de péssimo gosto, e percebe-se que não foi bem recebida (mais uma vez, seja sincero).

O foco da reflexão deveria ser olhando para dentro, e não julgar a atitude alheia. E para contextualizar, olhando para fora, antes de olhar para dentro, é interessante analisar que alguns comportamentos condenatórios da sociedade, quando gerais, refletem a evolução do pensamento comum, demonstrando, em partes, que a forma de se resolver as coisas no passado, sem analisar se certa ou errada, pode ser sempre trabalhada para melhor.

Voltando para dentro, eu acredito muito que todos nós viemos para essa escola chamada Terra, para podermos melhorar a nós mesmos, não os outros. É claro que podemos deixar bons exemplos, mas o poder de ação em terceiros não nos pertence. Assim sendo, como posso ser melhor dia após dia? Como posso olhar para trás, no dia em que as cortinas forem fechadas, e ter a certeza de que fui um bom ator e, pelo menos, merecer aplausos de mim mesmo?

Cabe uma análise do que fomos no passado e do que pretendemos ser no futuro, e, cientes do agora, entender como estamos, e qual é o planejamento estratégico que precisa ser elaborado e colocado em prática. Muitos citam a figura de nosso querido irmão Jesus como exemplo de comportamento e perfeição. Nessa linha de reflexão em que estamos, gostaria de lhe provocar a incluir dois questionamentos àqueles acima.

Como você teria reagido nos dois lados? (as duas perguntas anteriores) Como Ele teria se comportado na piada? Como ele teria reagido após a ofensa?

Bom, não sou Ele, mas como a grande maioria de nós, que conhece parte da Sua história, vou me permitir responder com o que eu penso que Ele faria. Em primeiro lugar, Ele demonstrou respeito em toda a sua trajetória, então acho pouco provável que teria feito uma piada envolvendo saúde, família ou algo que saísse da linha do respeito. Em segundo, quando agredido, ofereceu a outra face, entregando amor, em pagamento ao ódio.

Volto ao título do texto: reforma íntima. O que significa? Quer dizer se preocupar em nos melhorarmos, cada um a si próprio, de dentro para fora.

Acredito, com muita sinceridade, que se esse fosse o trabalho de todos, ao invés de nos preocuparmos se a atitude alheia foi certa ou errada, como juízes que não deveríamos ser, estaríamos em um estágio evolutivo muito melhor.

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