Diário

Quando se fala em diário, logo vem à mente algum caderninho de anotações, onde a gente registra o que aconteceu durante o dia, dia após dia. O vocábulo remete a algo repetitivo também, que se faz todo dia. Mas qual a importância disso? Em alguns momentos me vi pensando sobre isso como algo restrito a adolescentes, ou quem sabe a algum artista que precisaria fazer surgir inspiração para alguma coisa.

Isso aqui um dia foi um diário em momentos de dificuldade, de confusão de pensamentos, de necessidade de autorreflexão, onde era necessário conversar comigo mesmo, em uma espécie de meditação forçada, arrancando à marra palavras que por vezes ficaram guardadas por muito tempo e não tinham para quem ser ditas.

Confesso que já fiz isso também em folhas soltas; acredito que se perderam junto às caixas de recordação. Recomendo, inclusive, como autoterapia, como processo de aprofundamento junto ao nosso interior, enviando cartas para nós mesmos, na busca de que alguma delas encontre respostas. Cartas? Talvez tenha denunciado idade agora! Quem se lembra do doce sabor da expectativa de receber uma? Da emoção de ler, responder, e gerar uma apreensão pelo retorno?

Mas porque isso agora? Pois é! Agora o motivo é outro, embora também autoconhecimento e autoanálise! Venho me questionando sobre diário por motivos profissionais, profissão nova ainda não completamente aprendida e apreendida, que vem exigindo uma maturidade que ainda não tenho! Necessidade de registrar os pensamentos, as leituras, as inspirações e as justificativas pelas quais tenho que tomar essa ou aquela atitude.

Necessidade ainda de me contar, como se eu ainda não soubesse, do porque ainda faço cagadas astronômicas, mais infantis que os adolescentes do primeiro parágrafo; e olha que, pelo menos deveria, já passei dessa fase tem tempo.

Mas porque então eu faria um diário, seja de ideias, pensamentos ou registros de atitudes profissionais? Tenho um lembrete diário no meu celular, que com frequência tenho convidado meu filho para leitura conjunta. Vou compartilhar o lembrete, como forma de inspirar mais alguém:

"Liberdade significa a capacidade de agir guiado pela alma, e não compelido por desejos e hábitos. Obedecer ao ego leva à escravidão; obedecer à alma traz libertação."

1) Meu porquê: Liberdade;
2) Objetivo: Me desenvolver como pessoa;
3) Rotina de sucesso:
- Acordar e começar o dia bem (agradecer);
- Aperfeiçoamento diário;
- Identificar e corrigir falhas;
- Celebrar cada passo;
- Usufruir bem o tempo disponível!

Confesso que já ajustei esses itens acima diversas vezes! E enquanto penso o que mais escrevo, me veio à cabeça que isso também tem sido meu diário, que leio todos os dias e busco encontrar as respostas às minhas próprias perguntas.

Sugiro a você fazer um exercício, como também tenho feito, e se perguntar qual item é mais complicado de virar prática, de ser transformado em um hábito, não para nos escravizar, mas como forma de reduzir o esforço necessário para acontecer.

Já acordo o dia bem; e agradeço! Já celebro cada passo, cada gole de café com a gratidão de quem houve os passarinhos nas primeiras horas do dia. Já tenho o sentimento de usufruir bem o meu tempo, mas o aperfeiçoamento, as correções, o autodesenvolvimento, tem sido tarefa de alto labor, diário, assim como os registros que faço nesse momento.

E, assim, toda reflexão precisa de um ponto final, para deixar um pensamento a ser maturado, maturação que só vem com o pensamento pós exposição! Neste parágrafo reforço então, para mim mesmo: faça o seu diário, porque você precisa dele. Coloque nele não apenas os detalhes técnicos, mas o sentimento, o "feeling", aquela visão que ninguém viu, que será a diferença entre o piloto normal e o até hoje reverenciado Airton, que animava nossas manhãs de domingo.

Entenda que todo processo de desenvolvimento como pessoa tem uma busca por, cedo ou tarde, abandonar o casulo, pelo simples fato de que ele fica pequeno, apertado, inviável para ser o suporte necessário para a próxima etapa.

A liberdade? Ela será alcançada! Tenho certeza sobre este ponto! Tanta certeza, que o desistir não faz parte da lista de itens, não fez e não fará! Vou nessa, mas em breve eu volto para esse diário que se torno um rascunho de pensamentos aleatórios e ocasionais. Quando volto? Em breve! Até lá, tenho outro diário para começar a fazer, como rotina de aperfeiçoamento diário! Até breve.


PS: Deu vontade de colocar uma observação aqui, que acho já ter mencionado em algum outro texto. Não faço revisão de textos (quase nunca), e um diário tem que ter essa liberdade, porque muitas vezes essa revisão serve como uma barreira para a liberdade dos pensamentos. Deixe que eles venham, e se uma ou outra palavra estiver errada, que esteja. Foque na reflexão dos pensamentos!

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