Mudanças

Tirei o macaco e o pensador; mudei a cara do blog. O fim do ano está chegando e aproveitei para começar de cara nova. Curiosamente, pensei no título do post e me lembrei que já tinha escrito um com o mesmo; busquei e foi em 2007. Comecei a ler e parei, deixei para lá. Fiquei me questionando se isso alteraria o que eu escrevo hoje.

O quanto o passado nos influencia? Vi um filme uma vez em que fora criada uma máquina para prever o futuro, que sempre se realizava. Chegou-se então à conclusão de que quem via o futuro acabava por torná-lo realidade, por acreditar que ocorreria. Acho que o mesmo acontece conosco, quando pensamos no passado e quando pensamos no futuro.

A saudade é um ótimo sentimento, para ser expurgado. Mas como assim? Então não devemos pensar com alegria no que se foi? Dever, não dever, alegria, no passado? O que foi já aconteceu e serve apenas para nos dar o entendimento do que é certo ou errado. Historiadores investem a sua vida para compreender civilizações passadas, erros e acertos dos que já se foram e isso é muito proveitoso sim, mas como base para decisões no presente.

A mudança pressupõe uma alteração de estado, de pensamento, de atitude. Mudar, acima de tudo implica em deixar para trás o que já se foi, para tornar possível criar situações novas, sentimentos diferentes, visões ampliadas. Acho que, nesse ponto, é bom melhorarmos a roupagem às vezes, como, de forma abstrata, mudei a cara do blog. Usar barba, tirá-la, cabelos curtos, compridos, ser triste, ser alegre, respirar somente o ar, respirar realizações, sentimentos, amores.

A abstração possível para alterações no ser humano, quando se amplifica-o para além da matéria, beira ao infinito que conhecemos. Nossa noção de infinito, toda via, é material, tendo barreiras de compreensão e alcance, tornando-o, sob determinado ponto de vista, finito. Pense, então, no que pode ser alterado além do que se vê e nos será permitido caminhar para a compreensão além do ser.

Deixo aqui minhas linhas, certo de que mudei do título de 2007 para o título de 2012. E 2013 está vindo e depois quantos e quantos séculos e milênios ainda virão. Um dia, sabe-se lá de onde, talvez eu volte a olhar o passado, como o olhei hoje. E tenho certeza, com a certeza além do que os olhos permitem, que terei a certeza de hoje, que mudei, e mudei, e mudei para algo além do que minha compreensão na época permitiria, dentro do meu entendimento finito sobre o infinito.

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