Sinta

Sinta as coisas que acontecem ao seu redor, não deixe apenas que elas fiquem lá, como decoração do seu mundo estático. Perceba que cada detalhe tem sua função e que não nos conhecemos por completo até descobrirmos todos os nossos e todos os outros. Entenda o significado de tudo, mesmo que para isto tenha que abdicar dos seus próprios entendimentos momentaneamente, porque julgar que já se sabe tudo é o primeiro passo para a escuridão.

Coisas, ambientes, pessoas, objetos, animais, pessoas, você, eu. Tudo, em partes, por algum motivo, junto vira tudo novamente. Cenários independentes, interdependentes, isoladamente se influenciando de forma constante, com um dinamismo tão impressionante que os olhos não conseguem acompanhar. Segredos guardados, sutilezas imperceptíveis, mas somente àqueles que não se permitem sonhar, vislumbrar coisas fora da realidade, misturando-as ao cotidiano real. Porque, o que é o real?

Crianças já fomos, na nossa infância constante e ininterrupta, que não pára e nos acompanha, até que tenhamos a certeza de que grandes nos tornamos; mas não é agora. Todos grandes, muitos pequenos, quase todos, mas pequenos se fazem grandes, não pelo momento que foi aproveitado, mas pela forma, conteúdo, pela junção dos fatos, das idéias, da aplicação do que somos realmente, mas que os olhos não conseguem ver.

Sinta, porque não há outro meio! Sinta, porque ninguém conseguirá lhe explicar a sensação que não existe através das palavras. Sinta, porque as lágrimas que banham uma emoção podem ter significados infinitos, inundando-nos de maravilhas, desesperos e glórias, mas não as entenderemos nos livros.

O mundo, todo visível, todo oculto, belezas livres, de acesso restrito. Amantes, crianças, ser humano, enfim. Para se ter acesso ao que nos cabe, é preciso permitir-se, então permita-se. Ou não. Sim, fique aí, espere, deixe que o tempo passe. Viverá, sobreviverá, o tempo vai passar, sim, mas não, não terá a certeza, aquela sensação de quem se permite sentir, de que não se passou pelo tempo, fez-se parte dele, em toda a sua essência, em seu todo, misturando-se, colaborando, existindo e coexistindo, construindo-o. Sinta, por fim, porque, afinal, em que você acredita?

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