Imortalizando-se

Fiquei refletindo sobre o último comentário que me fizeram aqui neste blog. Cheguei à conclusão de que não apenas os artistas são imortais, mas nós também assim nos fazemos; artistas e imortais. Sem excessão, todos temos nossos momentos de lembrança, em que coisas boas ou ruins aconteceram, cujo significado nos fornece a matéria prima básica para que consigamos gerar novos momentos agradáveis, evitando os que nos trariam algum desconforto.

Sem nos darmos conta, somos os criadores do nosso destino, assim como responsáveis pela alteração dos caminhos daqueles que andam conosco, sendo, assim, artistas, atores e diretores, desenhando cenários que serão eternos, mesmo que por algum tempo, na imaginação saudosa de nossos companheiros de jornada.

Algumas coisas me despertaram certa admiração, como o fato de um autodidata brasileiro gerar dúvidas que se propagariam pelos anos à frente, pela simples colocação de uma situação cotidiana, como o fez Assis. Ainda, como a bondade, assim como a maldade, é responsável pela pintura de quadros cuja impressão perpetua seus pintores, permitindo que situações comuns a todos sejam editadas como cenas congeladas de imenso significado.

Poderíamos nos sentar com nomes importantes, exemplificadores do fato, como Gandhi e Hitler, mas o tempo passou e eles se foram. E aqui reside o cerne desta reflexão, pois podemos sim dialogar com tais ícones da História, não através dos métodos tradicionais, mas tal qual faríamos ao ler uma obra literária, onde, inevitavelmente, o autor deixou sua forma de pensar e ver o mundo que existia na sua época.

A reflexão, o propósito deste blog, nos permite estudar o que foi feito pelos outros, comparando a outras obras, pelas diversas percepções que temos, aprendendo e apreendendo. E assim, pelas conclusões individuais geradas do pensamento racional, mesmo que em momentos simples e sem magia aparente, criamos cenas imortalizadas e, assim, vamos nos imortalizando, a nós mesmos.

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