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Mostrando postagens de janeiro, 2008

Coisas que não fizemos

Acabei de ler um texto interessante, que me fez pensar sobre como nos colocamos diante das nossas experiências. Vou aproveitar e citar algo que copiei da Internet e que, para ser sincero, não tenho certeza se foi originalmente dito assim, mas preciso da idéia apenas: "A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos." (Charlie Chaplin) O que me importa nessas letras todas é o termo "intensamente", que pressupõe um mínimo de integração com as várias situações que aparecem, pois é no mínimo complicado ser intenso, sem se doar ao ato por completo, de coração, procurando não apenas dar-lhe vida, mas ser com ele. Nessa hora acho que poucas vezes fui intenso, e perdi muito com isto. Optei pelo título "coisas que não fizemos", pois achei apropriado para dar a idéia de que deixamos o tempo passar. Triste aceitar isto, mas a maioria de nós deixa o t

Sorriso

Já escrevi uma vez sobre o assunto, mas nunca é demais falar sobre coisas importantes. Vou começar este texto com uma situação aparentemente triste, que alguns já devem ter recebido por email ou lido em algum site. Não a inventei e não estou copiando na íntegra, então pode faltar algo; mas o importante aqui é a essência dela. Um menino certa vez tinha um amiguinho em fase terminal, no hospital, e diversas vezes pediu à mãe que o levasse para vê-lo. Como a mãe, sabendo que o filho sofreria, negava ao filho o pedido, este resolveu fazer a visita escondido. Foi ao hospital e voltou chorando, dizendo à mãe que seu amigo havia morrido em seus braços. A mãe, em tom repreensivo, lhe perguntou: "Não lhe disse que não era para ir? Acha que valeu a pena?". O menino enxugou algumas lágrimas e lhe respondeu: "Valeu sim, porque quando entrei no quarto ele me disse: - Eu sabia que você viria!". Percebem o sorriso? Não? A maioria de nós só vê a tristeza numa situação dessas. Confe

Emoções

Para viver com intensidade é preciso sentir na plenitude do termo. Tudo o que fazemos, por mais que nos pareça cotidiano ou senso comum, desperta-nos sensações que nos movem para frente ou para trás, mas as vezes não nos permitimos percebê-las. As emoções, que geralmente se fazem sentidas nos momentos de tristeza, porque ficamos mais frágeis, precisam ser colocadas a trabalho do nosso desenvolvimento de forma constante, ininterrupta. Coisas boas, coisas ruins, lágrimas. Conquistas, derrotas, lágrimas. Diz-se que as lágrimas são efeito da incapacidade do corpo humano em controlar um vulcão de sensações, que, como mecanismo de defesa, para evitar uma explosão, fazem jorrar os canais lacrimais, permitindo o reestabelecimento do nosso equilíbrio. Poesia à parte, quem nunca chorou, independente da razão, ou é muito controlado ou deixou muita coisa importante passar. Esses dias têm sido de chuva, deixando tudo à volta com um aspecto meio frio, meio nublado. Mas seria somente esta a possível

A pressa

Sempre achei que as pessoas correm demais; quanto mais tempo passa e mais maduro me sinto, mais certeza eu tenho disso, sobre essa correria desnecessária. Corremos tanto para conseguir algo, que não temos tempo para pensar sobre o que faremos quando o alcançarmos e então nos tornamos adultos frustrados, cheios de riqueza material, que não nos serve para curar o vazio que vai por dentro. Recebi uma longa apresentação por email esses dias, que mostrava, em seus vários slides, que é muito vantajoso fazer as coisas com calma, citando como exemplo um país bem desenvolvido: a Suécia. Em uma das partes desta apresentação, aparece uma situação que nos seria estranha, em que um funcionário de uma fábrica, mesmo chegando cedo e com várias vagas perto da entrada, estaciona o carro nas vagas mais afastadas. Sua justificativa? Quem chegar atrasado precisará andar menos, ao passo que quem chega cedo tem tempo para caminhar. Fiquei refletindo sobre isto e cheguei à conclusão de que nós nos preocupamo

Imortalizando-se

Fiquei refletindo sobre o último comentário que me fizeram aqui neste blog. Cheguei à conclusão de que não apenas os artistas são imortais, mas nós também assim nos fazemos; artistas e imortais. Sem excessão, todos temos nossos momentos de lembrança, em que coisas boas ou ruins aconteceram, cujo significado nos fornece a matéria prima básica para que consigamos gerar novos momentos agradáveis, evitando os que nos trariam algum desconforto. Sem nos darmos conta, somos os criadores do nosso destino, assim como responsáveis pela alteração dos caminhos daqueles que andam conosco, sendo, assim, artistas, atores e diretores, desenhando cenários que serão eternos, mesmo que por algum tempo, na imaginação saudosa de nossos companheiros de jornada. Algumas coisas me despertaram certa admiração, como o fato de um autodidata brasileiro gerar dúvidas que se propagariam pelos anos à frente, pela simples colocação de uma situação cotidiana, como o fez Assis. Ainda, como a bondade, assim como a malda

Preparo

Conheci uma pessoa que adorava a seguinte colocação: "Deus não escolhe os preparados, prepara os escolhidos". Preparo é algo muito relativo, quando nos propomos a olhar à nossa volta com uma visão mais ampla, destituídos principalmente de orgulho, entendendo nossas limitações. Sempre ouvi que é preciso preparar-se para o futuro; mas como estar pronto para algo tão vago? Não dá para escolher o desenvolvimento completo, pois faltaria tempo e recursos necessários para completar a tarefa satisfatoriamente. Podemos, pois, tentar advinhar o futuro, escolhendo os melhores caminhos e trilhando os esforços para alcançar os resultados mais prováveis. Quando se fala de preparo profissional, não se consegue um curso formal satisfatório por menos que alguns vários meses, talvez anos. Mas algumas coisas não são ensinadas na escola, como estar pronto para ser pai ou mãe, ou então como agir frente a uma derrota. A humildade nos mostra que, nessas situações, mais do que títulos, precisamos de

Nacionalismo versus Racionalismo

Sejamos racionais, mesmo nas críticas! Como corrigir o erro, incitando-o? Antes de bater no peito, orgulhando-me da minha bandeira e demais símbolos nacionais, prefiro olhar ao redor, e no interior, e analisar as atitudes, que se fazem distintas, aqui e lá. Dizem que a fuga para outras paragens é o melhor caminho para encontrar lugares melhores, mas aprendi com as poucas experiências que tive, que não há como fugir de si mesmo. Como fica a consciência, quando deita no travesseiro para o imerecido repouso, quando existe a certeza de que o errado prevaleceu sobre o certo? Que conflito ininterrupto é este que tira o sono dos não justos, pela clara informação de que, fazendo-se o pouco, poderia ter existido a contribuição para a correção do todo? Cada um possui sua parcela de responsabilidade, e o nacionalismo puro e ignorante é uma porção de veneno a se juntar ao caos já existente. Reflitamos pois, porque o brasileiro não se comporta como tal em outros lugares. Pensemos o motivo de poupar

Conflitos

Faça-se entender e entenda os outros, esta é a chave do sucesso em tudo. Seria simples, se fôssemos todos iguais, mas não é o caso. Metamorfoses ambulantes, como diria Raul, somos imprevisíveis em tudo, por mais que nossas atitudes sejam calculáveis. Não se trata de matemática, mas de comportamento, psicologia, idéias que vão e vêm e que, em determinados momentos, nos levam a atitudes diferentes. Faça-se entender, pelas palavras, pelos gestos e pelas atitudes, porque isto fará toda a diferença. Mas é bom analisar, que não adianta ser, mas é preciso ser o tempo inteiro, evitando contradições. De qualquer forma, se formos atentos, perceberemos que as contradições simplesmente não existem, sendo apenas um erro de juízo inicial. Somos bem constantes no que somos, isto é um fato. Por mais complexos que sejamos, carregamos conosco nossa essência, cuja alteração requer tempo e muito trabalho. Tal qual uma mudança externa ocasionada por uma roupa, que não altera as características de seu maneq