Valor

Diz-se, sobretudo quando se estuda marketing, que valor não tem relação apenas com preço, mas, muito mais, com fatores emocionais. Desta forma, a racionalidade precisa ser colocada de lado às vezes para que possamos entender o porquê de determinadas coisas serem tão cobiçadas.

Um carro, por mais simples que seja, cumpre seu papel de transportar seus passageiros, da mesma forma como uma casinha simplória cumpre sua função de abrigo. Qual a razão, portanto, de determinados carros e apartamentos custarem milhões? Muitas sensações estão aí envolvidos, como fascinação, desejo, status e até mesmo poder.

Independente das causas ligadas ao material, é interessante analisarmos que grande parte dessas jóias do mundo moderno encontram-se em frente a um lago, um parque arborizado ou, no caso de um carro, te dão uma sensação extra de liberdade. O ser humano paga caro, mais do que deveria, para voltar a estar próximo à natureza. E neste ponto inverte-se a ótica, e podemos analisar à luz da razão completa.

Por mais tecnologia que tenhamos, ela nada é sem aplicação aos humanos, nem tão pouco se não puder garantir nossa continuidade. Mas nossa continuidade está limitada a termos espaço, inevitavelmente esbarrando em limites naturais. De forma racional, mesmo que inconscientemente, sabemos que precisamos dos recursos naturais e, portanto, da preservação da natureza.

Mas como não temos atitudes conscientes, destruímos o que nos circunda, por acharmos que os outros devem fazer por nós. Aí, tornando recursos ilimitados em escassos, começamos uma busca para termos um pedaço da natureza à nossa disposição. Parece engraçado, mas nós mesmos elevamos o preço das coisas, sem nos darmos conta. As mesmas coisas caríssimas não o seriam se conseguíssemos entender que não precisamos destruir, mas agindo de forma coerente.

Precisamos rever nossos valores, porque eles não precisam se pautar em dinheiro, mas nos sentimentos. Mas é preciso que analisemos em quais sentimentos estamos valorando as coisas, porque isto sim faz toda a diferença. Talvez assim consigamos nos emocionar com uma paisagem natural sem precisar pagar milhões em um quadro, entendendo, entre outras coisas, que o vento que nos causa sensações é o mesmo, seja num carro esporte, seja sentado na grama.

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