Escolhas

Ontem assisti um filme, que já tinha visto, cuja essência deixaria inveja nos maiores cineastas, líderes religiosos, sociais e políticos; daqueles que não visam somente o lucro, claro. "A corrente do bem", em inglês "Pay It Forward", com aquele menininho que fez "O sexto sentido"; um excelente ator.

Uma idéia simples de como mudar o mundo: faça sua parte a três pessoas, pedindo como pagamento apenas que elas retribuam a outras três pessoas; mas o número é irrelevante, o importante é a proporção que se tem de resultado e, principalmente, o resultado. Outro fator importante, é que não pode ser qualquer coisa, mas algo que a pessoa não possa fazer sozinha; algo difícil.

Coincidência ou não, deparei-me hoje cedo com o pedaço de um outro filme muito bom, "Perfume de mulher", com Al Pacino. Em uma parte do filme, quando um dos personagens está sendo julgado na escola, Al Pacino faz um discurso sobre integridade e sobre seguir o caminho certo, entre outras coisas. Segundo o personagem dele "eu sempre soube quais os caminhos certos, mas nunca os segui. Por quê? Porque é muito dificil".

Temos escolhas, cabendo somente a nós fazê-las, mas também arcar com as conseqüências. Podemos escolher mudar o mundo com atitudes simples ou ficarmos parados e não fazermos nada. Mas atitudes simples não implicam em simplicidade completa, porque os desafios são grandes. O mundo, em geral, se incomoda com a bondade irrestrita, que não espera nada em troca, apesar de dizer estimulá-la.

Faça escolhas, mas algumas custarão a sua vida. Assustador? Depende do que você espera ter vindo fazer aqui. Alguns entenderão que a causa é justa, mas, qual é a sua? Conheça-se para entender que ser íntegro, assim como fazer o bem, dá muito trabalho. Dizer a verdade, evitar a mentira, não ser falso e, principalmente, não levar a vida por interesses, principalmente pessoais e financeiros.

Temos escolhas, sim; somos frutos delas. Podemos escolher, mas devemos, acima de tudo, mantermo-nos firmes na aplicação delas. "Ache uma forma de mudar o mundo, e a coloque em prática". No primeiro filme custou a vida do personagem, mas salvou a vida de muitos. No segundo, quase custou a vida, de forma indireta, mas manteve-se firme.

Vale a pena, porque um dia, quando estivermos velhos, seremos nossas conquistas, muito mais do que hoje. Neste dia, a proporção de tempo que nos falta aumentará a importância do que fomos e de como fomos. E, lembrando um outro filme, "O resgate do soldado Ryan", "faça valer a pena".

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