O poder das palavras

Através delas ergueram-se impérios que figuravam apenas nas idéias dos maiores conquistadores. A força, por maior que seja, nunca consegue atingir a sutileza de alguns bem trabalhados dizeres, estes sim capazes de convencer e conquistar, como quem simplesmente convida para uma caminhada amistosa, sem imposição.

As palavras são a arma mais eficaz jamais inventada, capazes de mostrar a verdade, assim como simular o bem e o mal. Dominá-las, em todas as épocas, significou sempre ter o real poder, aquele que não pode ser outorgado por meios legais, mas que se espalha na velocidade da luz, dando ao seu detentor a capacidade de liderar os que anseiam por uma orientação.

Bem e mal, para os que não se dão o trabalho de pensar, são apenas colocações; termos floreados que levam muitos a seguir o caminho que os leva a uma falsa realização, que em grande parte das vezes não é sequer percebida, porque as palavras, essas armas brancas do homem sábio, elas são corretamente utilizadas e compreendidas por poucos.

Saber falar, saber escrever, expressar-se pelo meio da fala ou da escrita; até os analfabetos fazem isto! Sim, mesmo os analfabetos escrevem, compiladores dos pensamentos alheios. Ter o dom da fala e da escrita vai além, porque é preciso uma base racional, que a muitos inexiste e a outros é de exercício penoso.

O poder dar palavras não vem só, mas para ser alcançado precisa de preparo e de exercício constante. Dominá-lo significa abrir as portas para o inimaginável, criando possibilidades ilimitadas para a realização de sonhos. O pensar, aliado ao refletir, possibilita transformar o simples pincel em ferramenta do belo, fazendo da simples junção de algumas letras o único meio para a ascenção do ignorante ao posto de sábio.

Reflitamos, pois, como temos tratado as palavras, pois podemos ser analfabetos sem o saber. Transformemo-nos em manipuladores e não em manipulados como a massa, porque só assim teremos a chave para empreender grandes feitos. O bem e o mal estarão, assim, ao nosso alcance, cabendo a nós, em nossa então sapiência, entender que o mal é mal não apenas para os outros, mas para todos; para nós mesmos.

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